Informe Reformatório - Maio/25
Acreditamos no poder da literatura e convidamos a todos a se enveredar por um caminho que, esperamos, seja sem volta.
Maio chegou, e por aqui seguimos a todo vapor, trabalhando intensamente dentro dos nossos portões para preparar os lançamentos que vêm por aí.
TEM PRÉ-VENDA ACONTECENDO
Já está disponível na nossa loja virtual o livro “Café”, novo romance do historiador, escritor e produtor cultural José Roberto Walker. Autor de As Boas Famílias e os Outros - As elites de São Paulo e a greve geral de 1917 (Contexto, 2025) e do romance Neve na manhã de São Paulo (Companhias das Letras, 2017), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e do Prêmio Rio de Literatura.
Quando Martha desceu as escadarias do colégio da Av. Higienópolis e pegou um táxi que a levaria para a sua nova casa, já sabia que estava entrando num mundo totalmente desconhecido. Martha era o seu nome cristão, não o que sua mãe escolhera. Ela se chamava Chaia Ozmo e nascera numa pequena vila do Império Austro-Húngaro. Com a morte da mãe, a criança e o pai — um músico judeu de grande talento e poucos recursos — abandonaram a Europa e se instalaram em São Paulo. Quando o pai morreu repentinamente e ela ficou sozinha, ainda criança, e foi adotada pelas irmãs do Colégio Sion. Lá a irmã Pauline, uma freira francesa, se apegou à órfã desamparada e se tornou sua orientadora e confidente. Quando saiu do colégio, Martha arranjou trabalho numa loja de música da rua São Bento. Foi lá que conheceu Augusto, um advogado filho de fazendeiros de café. Na Capital, que crescia com rapidez e atraia gente do mundo todo, o relacionamento que se estabeleceu entre eles transformou a sua vida radicalmente. Porém, na madrugada de 5 de julho de 1924, a rotina da metrópole foi quebrada com violência. Militares rebelados dispararam os seus canhões contra a cidade. Em represália, São Paulo foi severamente atacada pelas forças do governo federal e bombardeada continuamente durante três semanas. Por caminhos diversos, Martha, irmã Pauline e Augusto enfrentam juntos esses dias tumultuosos em que a revolução tomou conta de São Paulo.
E TEM LANÇAMENTOS
Nesta sexta-feira (09/05) à 19h, acontece o lançamento de "Desaviso", romance que marca a estreia de Roberto Soares. O evento acontece na Ria Livraria que fica na Rua Marinho Falcão, 58 - Vila Madalena em São Paulo, ao lado do metrô Vila Madalena.
Como disse Tolstói, “todas as famílias felizes são iguais”; as demais rendem excelentes romances, caso deste livro de estreia de Roberto Soares, que nos conta a história de uma família vítima do patriarcado em todas as suas instâncias. Abuso, mentira, amor e morte. Esses grandes temas da literatura são apresentados neste romance por meio de uma linguagem sem floreios e sem concessões. E não só. A estrutura engenhosa da trama fisga de vez o leitor ao revelar com profundidade e em doses homeopáticas o universo de cada personagem e sua versão da história: pai, mãe, filho e filha alternam-se para narrar acontecimentos banais do dia a dia misturados ao que há de mais escabroso no ser humano. Não há dúvidas: Desaviso é uma estreia de coragem para leitores audazes.
E tem lançamento duplo do livro "Verdades inventadas", volume de contos que marca a estreia da jornalista e escritora Ivani Cardoso na ficção.
Na próxima segunda-feira (12/05) às 18h, acontece o lançamento em Santos, no Bar Heinz, que fica na Rua Lincoln Feliciano, 104.
E, no dia 17/05 às 11h, o lançamento será em São Paulo, na Livraria da Vila, segundo piso do Shopping Jardim Pamplona, na Rua Pamplona, 1704.
Ivani é autora de diversos livros biográficos e institucionais. E “Verdades inventadas” conta com prefácio (e incentivo) do grande escritor Ignácio de Loyola Brandão.
Há um certo estranhamento nos textos de Ivani. Contos que parecem fragmentados, mas no fundo acolhem personagens que se parecem nos sonhos, nas loucuras, na melancolia do cotidiano. Nestes textos breves, às vezes brevíssimos, encontramos personagens que teimam em sair do chão para não pisar nas lacunas que parecem não fazer mais sentido. Há situações ásperas como a vida; situações voláteis que se alternam com o tempo de maturação para descobrir novos caminhos. Não há muito equilíbrio nos textos que percorrem as beiradas de sentimentos, onde a vida pode ser encantadora por um lado e dolorosa em tantos outros, e o limite entre estas circunstâncias se estabelece entre nossa leitura de mundo e a escrita da autora. Onde há esperança, há também tristeza. Onde as dúvidas proliferam, há também as atitudes e decisões que podem resolver ou gerar ainda mais ambiguidade nos enredos. Algumas palavras fervem, outras gelam, mas tudo segue em equilíbrio. Há um pouco de humor, sim, um humor bastante particular e sagaz, sobretudo quando estamos diante do universo feminino que a autora retrata com tanta proximidade. Um humor refinado que rapidamente se dispersa diante de dramas de desencontros requentados nas memórias escorregadias. Talvez você goste, talvez não. A autora, como todos nós, corre o risco escolhido de se jogar no escuro. Mas uma coisa não podemos negar: ela segue firme, procurando sua voz, em cada página deste livro, mesmo que seja na companhia de uma pequena lagartixa de borracha.
E, pelo nosso querido selo Passavento, tem o lançamento do livro “Notas da mamãe morrente” da autora Marina Lima. O evento acontece no dia 15/05, quinta-feira, às 18h, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis, na Avenida Higienópolis, 618 em São Paulo.
Uma mãe que perde o filho deixa de ser mãe? Uma mãe “morrente” vai desaparecer ou revive o processo de morte permanentemente? Essa e muitas outras perguntas nos atravessam durante esta leitura potente e seguem reverberando em nós. O livro trata do imenso tabu que é a morte, e nos comove do início ao fim, ao trazer, para a centralidade da narrativa, a pior das mortes, a morte de um filho, em sua primeira infância. Notas da Mamãe Morrente dialoga conosco de maneira poética, lúcida e contundente. Penetra nas nossas camadas mais profundas, do medo ao amor, da tristeza à alegria. Numa memória não linear que se revela retrospectivamente, onde a narradora revira e busca os sentidos dos acontecimentos trágicos – e também belos – de seu filho, sem recear se mostrar em suas contradições como mãe, mulher, amante, o que a torna profundamente humana. Na busca por sentidos para a sua (re)existência, possibilita, em nós leitores, emoções e questionamentos, ao mesmo tempo nos toca pela beleza e nos encoraja a buscar nossos próprios sentidos. “A morte do Leon não está no passado. Ela sempre será presente para a mãe – eu”. A morte como presente, ou a morte como presença eterna? Leon é e será imortalizado neste livro, na convocação ao amor e à presença, na pulsação dos atos miúdos, na generosidade de ter existido. No limiar da consciência insana que uma realidade cortante pode fazer emergir, Marina Lima nos abraça com sua narrativa e nos coloca diante do profundo mistério que é viver.
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Os encontros acontecem na última segunda-feira de cada mês, às 19h30 (Via Zoom).
A mediação é de Tadeu Rodrigues (Podscast Rabiscos)
E, especialmente, este mês vamos ler um conto "A Besta" do autor Fred Di Giacomo Rocha que faz parte do livro Geração 2010: O Sertão é o Mundo.



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Boa leitura, e até o dia 26/05.
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